Ops, mais um livro
concluído. Dessa vez o privilegiado foi “O lado bom da vida” de Matthew Quick.
Também assisti o filme e super indico.
Filmes
baseados em livros costumam ter uma vantagem sobre os outros porque podem levar
para as salas escuras um público que já conhece a história e se encantou por
ela. Estão aí as inúmeras adaptações de páginas juvenis que arrecadaram milhões
quando transformadas em audiovisual. O Lado Bom da Vida tem a mesma origem, mas seu texto não é
focado neste público, não vendeu horrores mundo afora e é o primeiro livro do
autor. Indo mais além, seus protagonistas sofrem de um certo, digamos, problema
mental. Ou seja, tirando o seu nome, o otimismo passa meio longe, né? Mas é aí
que está a graça ou não.
Adaptado
e dirigido por David O. Russell (O Vencedor), o roteiro é diferente
do livro, é mais objetivo e funciona, mesmo que para alguns possa soar
previsível. Para quem leu, porém, existe uma perda significativa pois "o
cenário" aos olhos do protagonista é mais envolvente no livro. O fato de
ser estrelado por dois atores talentosos e em crescimento (Bradley Cooper e Jennifer
Lawrence) também ajuda, mas as atuações deles e de Robert De Niro são
apenas boas. Nada que justifique tanta badalação, como o zumzumzum em torno da
atriz, denotando uma "já comprada" ideia de fazer dela a queridinha
do momento.
Quem
diria que um filme sobre um rapaz que se descobre bipolar poderia ter cenas de
dança e mostrar o quanto as pessoas são fanáticas pelos Eagles na Filadélfia e
fazer com que tudo isso tenha sentido e se encaixe bem? O sucesso nesse sentido
explica as indicações a melhor roteiro adaptado e edição.
Pat
Solatano é o protagonista interpretado por Bradley Cooper (Se BeBer Não Case).
Retirado de uma instituição para pessoas com problemas mentais por sua mãe
(Jacki Weaver), ele vai para casa para conviver com seu pai (Robert De Niro),
que tem transtorno obsessivo compulsivo. Logo ele conhece Tiffany (Jennifer
Lawrence, Jogos Vorazes), uma viúva que também está com problemas
para se comportar como a sociedade espera que ela o faça.
Em determinado ponto de Silver... é dito
que "o mundo vai quebrar vai coração 10 vezes até domingo". E cada um
faz o que tem que fazer ou o que pode fazer para juntar os pedaços o melhor
possível e continuar vivendo. Todos passamos por isso. Perdemos amor, emprego,
respeito, pessoas. Pat perdeu a cabeça quando encontrou a mulher com o amante
no chuveiro e lhe deu uma surra. Quem pode dizer que está acima disso? Quem
pode dizer do que seria capaz em uma situação limite como essa?
Silver
Linings é uma expressão em inglês que se refere às frestas de luz que escapam
no meio das nuvens quando o tempo está nublado. Ou seja, apesar do dia nublado,
temos a oportunidade de ver a beleza desses episódios. A moral da expressão é
que tudo o que é ruim tem seu lado bom. O filme com certeza tem vários. Seja a
estética alternativa, os diálogos inteligentes, que abordam com profundidade
como uma mente perturbada se comporta, seja a interpretação genial dos atores
principais, vale muito a pena assistir.
TRECHO DO FILME QUE EU MAIS GOSTEI =)