(...) Sei inteira a letra da
música que embalou aquela história, até hoje, ainda vou saber quando eu tiver
65 ou 93 anos, ainda vou lembrar que ele não comia o miolo do pão, que sempre
esquecia a luz do banheiro acesa e que nunca lembrava onde a toalha tinha que
ficar.
Ainda lembro de como foi gostoso aquele nosso "lance sem
compromisso", de como era instigante me fingir de desinteressada e deixar
ele me procurar, ele sempre procurava. Recordo mínimos detalhes, tipo aquela mania
que ele tinha de tremer o lábio quando algo sério acontecia, ou de como ele
ficava me espiando respirar enquanto eu fingia que estava dormindo.
Lembro que a gente se dava bem, que riamos um do outro, até quando não se tinha motivos, até quando eu descobri que "a gente" era meio indefinido, que nenhum de nós sabia no que aquilo ia resultar.
Lembro que a gente se dava bem, que riamos um do outro, até quando não se tinha motivos, até quando eu descobri que "a gente" era meio indefinido, que nenhum de nós sabia no que aquilo ia resultar.
Eu nunca soube o que
significava meio termo, nunca soube ficar em cima do muro e acho que não vai
ser agora que eu vou aprender. Lembro que na nossa última conversa, a nossa
única certeza era o quanto a gente se gostava, o quanto a gente a fazia bem,
mas chega uma hora que só isso não basta, que deixa de ser suficiente e, a
nossa hora chegou!
No auge dos meus 39, quase 40 anos, me recordo desse "quase amor" que vivi quando nem aos 20 eu tinha chegado. Foi tudo tão bom... Mas a gente nunca foi tudo ou nada, nunca fomos 8 ou 80 e teve uma hora que tanto ele quanto eu precisávamos disso.
No topo da minha escada de idade, eu vejo meus 26 anos como o "meio" do caminho, talvez hoje, não tenho certeza, nós não teríamos gostado tanto de viver aqueles episódios das nossas vidas, talvez hoje ele e eu nem nos olhássemos ou desejássemos rir de algo juntos, eu nunca vou saber! Mas eu sei que ele também se lembra, que sente saudade das nossas inconsequências e irresponsabilidades tão leais, que hoje ele sabe que a toalha sempre ficava na segunda porta do armário e que eu sempre ia apagar a luz por ele. Hoje eu sei, independente de quantos anos a gente viva, vamos lembrar um do outro, mesmo que existam outros e que esses outros não saibam de nós, a gente ainda vai lembrar de muitos, senão todos, trechos dessa história!
No auge dos meus 39, quase 40 anos, me recordo desse "quase amor" que vivi quando nem aos 20 eu tinha chegado. Foi tudo tão bom... Mas a gente nunca foi tudo ou nada, nunca fomos 8 ou 80 e teve uma hora que tanto ele quanto eu precisávamos disso.
No topo da minha escada de idade, eu vejo meus 26 anos como o "meio" do caminho, talvez hoje, não tenho certeza, nós não teríamos gostado tanto de viver aqueles episódios das nossas vidas, talvez hoje ele e eu nem nos olhássemos ou desejássemos rir de algo juntos, eu nunca vou saber! Mas eu sei que ele também se lembra, que sente saudade das nossas inconsequências e irresponsabilidades tão leais, que hoje ele sabe que a toalha sempre ficava na segunda porta do armário e que eu sempre ia apagar a luz por ele. Hoje eu sei, independente de quantos anos a gente viva, vamos lembrar um do outro, mesmo que existam outros e que esses outros não saibam de nós, a gente ainda vai lembrar de muitos, senão todos, trechos dessa história!
Nenhum comentário:
Postar um comentário